Custos de um funcionário: quais são e como tomar essa decisão?
Você sabia que os custos de um funcionário vão muito além do pagamento do seu salário? Pois é, o empresário que contrata um colaborador para a sua empresa precisa estar preparado para lidar com outros custos, como o pagamento de férias, 13º salário, FGTS, vale transporte, vale-refeição, entre outras coisas.
Somando tudo isso, o custo de um funcionário pode chegar a três vezes o valor do seu salário!
É por isso que é tão importante você, como empresário, entender quais são esses custos e como calculá-los. Assim, poderá tomar a melhor decisão na hora de contratar os seus funcionários, sem que isso traga surpresas para o seu caixa. Aqui neste artigo, nós vamos mostrar como fazer isso.
Vamos lá?
- Afinal, quanto custa um funcionário?
- Por que é importante saber o custo de um funcionário?
- Tipos de contratação de funcionários
- Como é o cálculo de custo de funcionário para a empresa?
- Como gerenciar a relação de custo e resultado de um funcionário?
Afinal, quanto custa um funcionário?
Para saber os custos de um funcionário, você precisa entender que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estipula que todo trabalhador, além do seu salário, tem direito a:
- Férias remuneradas;
- 13º salário;
- Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
- Vale-transporte.
Além disso, também pode ser necessário pagar o vale-alimentação, que não é um benefício estabelecido por lei, mas que pode ser determinado por convenção coletiva. E a empresa também pode optar por conceder ainda outros benefícios, como plano de saúde, plano odontológico, auxílio creche, entre outros.
Por que é importante saber o custo de um funcionário?
O custo de um funcionário impacta diretamente a saúde financeira da empresa. Por isso, antes de fazer a contratação, é preciso colocar tudo na ponta do lápis para entender se esses custos cabem no orçamento.
O cálculo também é importante para entender o retorno que um funcionário pode trazer e se a contratação vai mesmo valer a pena. Afinal, não adianta investir muito em um funcionário se o seu trabalho não vai trazer retorno financeiro suficiente para cobrir esses custos e ainda trazer lucro para o negócio, não é mesmo?
Outro ponto importante é a prevenção contra passivos trabalhistas. Entendendo a fundo o custo do funcionário, a empresa pode, por exemplo, se preparar para as adversidades que podem surgir durante a permanência do colaborador também para casos de demissão, quando é preciso pagar pela rescisão do contrato.
Tipos de contratação de funcionários
Antes de mostrarmos como é feito o cálculo do custo de funcionário, é importante que você entenda as diferentes formas de contratação.
A contratação CLT é aquela que segue as regras estabelecidas pela Consolidação das Leis Trabalhistas — quando o funcionário tem a sua Carteira de Trabalho assinada pelo contratante. A outra opção é contratar uma pessoa jurídica (PJ), que é alguém que tem o seu próprio CNPJ e presta serviço de empresa para empresa. Nesse caso, a pessoa não é considerada funcionária e o contratante não tem nenhum custo além da remuneração prevista em contrato.
E assim como o trabalhador PJ não tem os mesmos benefícios que um trabalhador CLT, ele também não tem as mesmas obrigações, como responder a um chefe, cumprir carga horária ou prestar o serviço na sede da empresa, caso isso não seja necessário.
Aqui neste conteúdo, a gente vai falar especificamente sobre o custo do funcionário contratado como CLT. Continue lendo para entender como ele é feito!
Como é o cálculo de custo de funcionário para a empresa?
O custo do funcionário é calculado de formas diferentes, a depender do regime tributário da empresa.
Como calcular o custo do funcionário no Simples Nacional
As empresas optantes pelo Simples Nacional são isentas de alguns encargos trabalhistas, como o INSS patronal, salário educação, seguro acidente de trabalho (SAT) e contribuições ao SENAI, SESI, SEBRAE ou Incra.
Por isso, na hora de fazer a conta, além do salário você deve considerar somente essas taxas:
- Fração de férias: 11,11%
- Fração de 13º salário: 8,33%
- FGTS: 8%
- FGTS / Provisão de multa para rescisão: 4%
- Previdência (férias, FGTS e descanso semanal remunerado:): 7,93%
Vamos fazer um cálculo como exemplo? Imagine que um funcionário da sua empresa do Simples Nacional tem um salário de R$ 3.000. Esses são os encargos que deverão ser pagos além dos R$ 3.000:
- Fração de férias: 11,11% = R$ 333,30
- Fração de 13º salário: 8,33% = 249,90
- FGTS: 8% = R$ 240
- FGTS / Provisão de multa para rescisão: 4% = R$ 120
- Previdência (férias, FGTS e descanso semanal remunerado:): 7,93% = R$ 237,90
Ou seja, além do salário, a empresa deve pagar ainda R$ 1.181,10. O custo total desse funcionário, então, é de R$ 4.181,10.
Como calcular o custo do funcionário no Lucro Real ou lucro Presumido
As empresas optantes por esses regimes têm todos os encargos das empresas do Simples Nacional e mais alguns:
- Contribuição patronal: 20% de INSS
- FGTS: 8%
- Seguro de acidente de trabalho (SAT): 1% a 3%
- Salário educação: 2,5%
- Descanso semanal remunerado: 20%
- 13º salário: 8,33%
- Sistema B (contribuição ao SEBRAE, SESI, SESC, etc): 3,3%
- Férias: 11,11%
Vamos então calcular o custo do funcionário seguindo o mesmo exemplo, com um salário de R$ 3.000? Fica assim?
- Contribuição patronal: 20% de INSS = R$ 600
- FGTS: 8% = R$ 240
- Seguro de acidente de trabalho (SAT): 2% = R$ 60
- Salário educação: 2,5% = R$ 75
- Descanso semanal remunerado: 20% = R$ 600
- 13º salário: 8,33% = R$ 249,90
- Sistema B (contribuição ao SEBRAE, SESI, SESC, etc): 3,3% = R$ 99
- Férias: 11,11% = R$ 333,30
Nesse caso, a empresa, além do salário, precisa pagar R$ 2.257,20 em encargos. O custo total do funcionário, então, é de R$ 5.257,20.
Outros custos
Além desses, que são custos obrigatórios, você também pode precisar incluir nos cálculos os custos de benefícios oferecidos pela empresa aos seus funcionários, como vale-alimentação, plano de saúde, auxílio-creche, entre outros.
Como gerenciar a relação de custo e resultado de um funcionário?
Para garantir que o investimento em um funcionário esteja gerando retorno, é essencial manter uma análise contínua entre os custos e os resultados que ele traz para a empresa. Um dos primeiros passos é definir indicadores claros de performance (KPIs) para cada colaborador ou equipe, avaliando aspectos como produtividade, qualidade de entrega e impacto nos resultados financeiros.
Além de mensurar a produtividade, é importante calcular o retorno sobre o investimento (ROI) de cada funcionário. Esse cálculo ajuda a entender se o que a empresa gasta com salários, benefícios e encargos está sendo compensado pelo valor que o colaborador agrega ao negócio. Esse tipo de análise permite ajustes mais rápidos, seja na carga de trabalho, nas metas ou até mesmo em novas contratações, sempre visando o equilíbrio ideal entre custo e benefício.
Outro ponto crucial é a gestão eficiente de treinamentos e capacitação. Investir em desenvolvimentos pode aumentar a produtividade e reduzir custos futuros com retrabalho ou perda de qualidade. Entretanto, esses investimentos também devem ser calculados e mensurados para garantir que tragam resultados palpáveis.
Por fim, contar com uma solução de gestão financeira e contábil pode facilitar todo esse processo, garantindo que você tenha acesso a relatórios claros e em tempo real sobre o desempenho e os custos de cada colaborador, o que vai ajudar a tomar decisões mais informadas e estratégicas.
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