Cálculo do Simples Nacional: tudo que você precisa saber!

Você já teve dúvidas sobre o cálculo do Simples Nacional? Ele leva em conta a receita bruta acumulada dos últimos 12 meses da empresa. Com base nesse valor, é definida a alíquota efetiva, que varia de acordo com o faturamento e o tipo de atividade, conforme os anexos previstos na tabela do regime tributário.
Criado para facilitar a rotina de micro e pequenas empresas, o Simples unifica diversos tributos em uma única guia mensal, o DAS.
Isso torna o recolhimento mais prático, mas também exige atenção: é preciso saber em qual faixa de tributação a empresa se encaixa, qual é o anexo correto e como calcular a alíquota efetiva.
Mesmo sendo um regime simplificado, o Simples Nacional tem suas particularidades. E compreender como o cálculo funciona na prática evita erros, atrasos e pagamentos indevidos que podem comprometer o fluxo financeiro da sua empresa.
Continue a leitura e veja os principais detalhes para fazer o cálculo do Simples Nacional!
- O que é Simples Nacional?
- Quais são as vantagens do Simples Nacional?
- Qual é a base de cálculo do Simples Nacional?
- Como fazer o cálculo do Simples Nacional?
- Como pagar o Simples Nacional?
- Por que é importante contar com uma contabilidade nesse processo?
- Como a Agilize pode te ajudar no cálculo do Simples Nacional?
O que é Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, criado com o objetivo de facilitar a vida de micro e pequenas empresas no Brasil.
Esse nome não é por acaso: ele foi desenvolvido justamente para simplificar o pagamento de impostos, reduzir burocracias e incentivar o crescimento dos pequenos negócios, que representam a maioria das empresas ativas no país.
Na prática, o Simples unifica o recolhimento de até oito tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia de pagamento, chamada DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Isso evita que o empreendedor precise lidar com diversas obrigações separadas e prazos diferentes todos os meses.
Embora o regime seja simplificado, ele exige atenção ao controle da receita bruta e ao enquadramento correto nas tabelas e anexos do Simples.
Quais são as vantagens do Simples Nacional?
Para quem empreende, o tempo é curto e cada real conta. O Simples Nacional foi feito justamente para isso: reduzir a burocracia e o peso dos tributos, permitindo que micro e pequenas empresas respirem e cresçam com mais controle financeiro.
Isso porque o modelo veio para trazer benefícios como:
- Pagamento de todos os tributos em uma única guia mensal (DAS): o empreendedor paga os principais impostos federais, estaduais e municipais em uma única guia, o DAS, com vencimento mensal. Isso reduz o risco de atrasos e erros no pagamento.
- Alíquotas reduzidas e proporcionais ao faturamento: quanto menor o faturamento, menor o imposto. Isso torna o custo tributário mais justo e alinhado ao porte da empresa.
- Menos burocracia contábil e fiscal no dia a dia: as obrigações acessórias são mais simples e exigem menos tempo e recursos da empresa. Em vez de entregar várias declarações mensais, o empreendedor segue um cronograma reduzido de obrigações.
- Cálculo dos impostos mais simples e direto: basta aplicar a alíquota correspondente ao anexo e à faixa de faturamento. Não é necessário fazer apurações complexas com base no lucro ou no balanço contábil, como no Lucro Presumido.
- Redução de custos com folha e encargos trabalhistas (em alguns casos): empresas enquadradas no Anexo III, por exemplo, já têm a contribuição patronal (INSS) incluída no DAS, reduzindo o custo com encargos sobre a folha de pagamento.
- Acesso facilitado a crédito bancário e linhas específicas para pequenos negócios: empresas no Simples Nacional têm acesso a produtos como o Pronampe e condições diferenciadas de crédito para capital de giro.
- Preferência e vantagem competitiva em licitações públicas: negócios optantes pelo Simples têm prioridade de contratação em empates e condições mais vantajosas para participar de licitações, definido na Lei Complementar nº 123/2006.
O Simples não resolve tudo, mas evita dor de cabeça com impostos, facilita a gestão e reduz custos que podem comprometer o lucro de quem está começando ou expandindo.
Quais são as desvantagens do Simples Nacional?
Embora o Simples Nacional ofereça diversos benefícios, ele não é vantajoso para todos os tipos de negócio. Algumas limitações e custos ocultos podem impactar o caixa da empresa se o regime não for bem analisado.
Nem todas as atividades podem aderir ao Simples: algumas profissões regulamentadas, como médicos, dentistas, advogados e engenheiros, podem sofrer restrições ou serem enquadradas em anexos menos vantajosos, com alíquotas altas.
- Empresas com margens de lucro altas podem pagar mais impostos: como o imposto é calculado sobre o faturamento bruto, negócios com poucos custos e alta lucratividade às vezes se beneficiam mais do Lucro Presumido ou Lucro Real.
- Limite de receita anual pode restringir o crescimento: ao ultrapassar R$ 4,8 milhões de faturamento no ano, a empresa é automaticamente desenquadrada e precisa mudar de regime.
- Alíquotas elevadas em faixas mais altas do faturamento: a progressividade das alíquotas pode causar um efeito de “punição” ao crescimento, onde a empresa paga percentuais maiores de impostos à medida que cresce.
- Contribuição previdenciária (CPP) embutida no DAS nem sempre é suficiente: a CPP cobre apenas parte da contribuição ao INSS. Se o empresário deseja se aposentar com o teto ou ter acesso a todos os benefícios previdenciários, pode ser necessário pagar como contribuinte individual à parte.
- Pouca flexibilidade para compensar créditos de ICMS, IPI e ISS: empresas do Simples não aproveitam créditos de impostos na cadeia produtiva, o que pode gerar desvantagem em relação aos concorrentes de regimes maiores, especialmente na indústria e no comércio atacadista.
- Alíquotas elevadas para serviços no Anexo V: profissionais e empresas prestadoras de serviços de consultoria, auditoria, publicidade, entre outros, costumam cair no Anexo V, que tem alíquotas iniciais mais altas e menor compensação de encargos.
- Incompatibilidade com investidores ou sócios pessoas jurídicas: empresas que desejam crescer via participação de investidores ou outras empresas não conseguem manter-se no Simples, pois há restrições nesse tipo de sociedade.
Qual é a base de cálculo do Simples Nacional?
A base de cálculo do Simples Nacional é a receita bruta acumulada da empresa nos últimos 12 meses.
Em outras palavras, o valor dos tributos é calculado com base em quanto a empresa faturou, sem descontar despesas ou custos.
Para encontrar a alíquota correta, a Receita Federal considera o total faturado nos 12 meses anteriores ao mês de apuração. Esse total determina em qual faixa da tabela (anexo) a empresa se enquadra.
Como fazer o cálculo do Simples Nacional?
Para não errar no cálculo do Simples Nacional, é essencial considerar todas as variáveis que influenciam o valor final do imposto. Entre elas, estão:
- RBT12: Receita Bruta Total dos últimos 12 meses. Representa o somatório do faturamento da empresa no último ano e define a faixa de tributação;
- ALIQ: Alíquota nominal da faixa. Percentual aplicado sobre o faturamento, conforme o anexo e a faixa correspondente à receita;
- PD: Parcela a Deduzir. Valor fixo previsto na tabela do anexo que deve ser subtraído para encontrar a alíquota efetiva;
- ANX: Anexo do Simples Nacional. Estrutura tributária definida de acordo com a atividade da empresa, que determina quais alíquotas e deduções devem ser aplicadas.
O imposto é calculado com base no faturamento acumulado nos últimos 12 meses, na atividade exercida e na alíquota definida pelo anexo correspondente.
A fórmula para encontrar a alíquota efetiva é:
[(RBT12 x ALIQ) – PD] / RBT12
Onde:
- RBT12 = receita bruta acumulada nos últimos 12 meses;
- ALIQ = alíquota nominal conforme o anexo correspondente;
- PD = parcela a deduzir, conforme a faixa de receita;
Entenda o passo a passo!
1. Veja quanto sua empresa faturou nos últimos 12 meses
O primeiro passo é somar todo o faturamento bruto da empresa nos 12 meses anteriores. Isso inclui todas as vendas e serviços realizados no período, sem descontos de custos ou despesas. Esse valor define sua faixa na tabela do Simples Nacional.
2. Descubra qual é a alíquota e o valor que deve ser descontado
Depois de saber o total faturado, verifique em qual anexo do Simples sua empresa se enquadra, de acordo com a atividade exercida. Em seguida, localize a faixa correspondente à sua receita. Cada faixa da tabela apresenta uma alíquota nominal e uma parcela fixa a ser deduzida.
Tabelas do Simples Nacional
O Simples Nacional é estruturado em cinco tabelas, chamadas de Anexos, que determinam as alíquotas aplicáveis conforme o tipo de atividade exercida pela empresa e seu faturamento anual.
Assim, cada anexo possui faixas de receita bruta e alíquotas progressivas, além de uma parcela a deduzir.
Anexo I – Comércio
Aqui estão as atividades de comércio varejista e atacadista.
Receita Bruta em 12 meses (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
Até 180.000,00 | 4% | – |
De 180.000,01 a 360.000,00 | 7,3% | 5.940,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 9,5% | 13.860,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 10,7% | 22.500,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,3% | 87.300,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 19% | 378.000,00 |
Anexo II – Indústria
Já aqui, entram as indústrias e fábricas.
Receita Bruta em 12 meses (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
Até 180.000,00 | 4,5% | – |
De 180.000,01 a 360.000,00 | 7,8% | 5.940,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 10% | 13.860,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 11,2% | 22.500,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,7% | 85.500,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30% | 720.000,00 |
Anexo III – Prestadores de serviços
Neste anexo, abrangemos serviços como manutenção, reparos, agências de viagens, escritórios de contabilidade, academias, laboratórios, clínicas médicas e odontológicas.
Receita Bruta em 12 meses (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
Até 180.000,00 | 6% | – |
De 180.000,01 a 360.000,00 | 11,2% | 9.360,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 13,5% | 17.640,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 16% | 35.640,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 21% | 125.640,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 33% | 648.000,00 |
Anexo IV – Prestadores de serviços com INSS Patronal
No anexo IV, estão serviços de limpeza, vigilância, obras, construção de imóveis e serviços advocatícios.
Receita Bruta em 12 meses (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
Até 180.000,00 | 4,5% | – |
De 180.000,01 a 360.000,00 | 9% | 8.100,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 10,2% | 12.420,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 14% | 39.780,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 22% | 183.780,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 33% | 828.000,00 |
Anexo V – Prestadores de serviços de profissões regulamentadas
Aqui podemos destacar serviços de auditoria, jornalismo, tecnologia, publicidade, engenharia, entre outros.
Receita Bruta em 12 meses (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
Até 180.000,00 | 15,5% | – |
De 180.000,01 a 360.000,00 | 18% | 4.500,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 19,5% | 9.900,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 20,5% | 17.100,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 23% | 62.100,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30,5% | 540.000,00 |
E atenção: a definição entre o Anexo III e o Anexo V pode depender do cálculo do Fator R, que relaciona a folha de pagamento com a receita bruta da empresa.
Se a relação entre a folha de pagamento e a receita bruta for igual ou superior a 28%, a empresa pode ser tributada pelo Anexo III, com alíquotas menores. Caso contrário, será tributada pelo Anexo V, com alíquotas mais altas.
3. Calcule a alíquota efetiva com base nesses dados
A alíquota efetiva é calculada usando a fórmula:
(Receita dos 12 meses × alíquota da faixa) menos a parcela a deduzir.
Depois, divida esse resultado pelo total da receita dos 12 meses. O número final será o percentual real que você aplicará sobre o faturamento do mês.
4. Descubra quanto vai pagar de Simples Nacional no mês
Com a alíquota efetiva em mãos, multiplique esse percentual pelo valor faturado no mês atual. O resultado será o valor total a ser pago no DAS daquele mês.
Para tornar mais simples, veja um exemplo em uma empresa do Anexo III:
- Faturamento acumulado em 12 meses: R$ 240.000
- Faturamento do mês atual: R$ 20.000
- Faixa: 2ª faixa do Anexo III
- Alíquota nominal: 11,20%
- Parcela a deduzir: R$ 9.360
Cálculo da alíquota efetiva:
- Multiplicar RBT12 pela alíquota nominal: (R$ 240.000 × 11,2%) = R$ 26.880
- Subtrair a parcela a deduzir: R$ 26.880 – R$ 9.360 = R$ 17.520
- Dividir o resultado pela RBT12: R$ 17.520 ÷ R$ 240.000 = 0,073
- Converter para percentual: 0,073 = 7,3%
Cálculo do DAS:
- 20.000 × 7,3% = R$ 1.460
Fazer o cálculo do Simples Nacional corretamente exige atenção e atualização constante. Para evitar erros e facilitar esse processo, existem algumas ferramentas e recursos úteis:
– Portal do Simples Nacional (Receita Federal): É a fonte oficial para gerar o DAS (via PGDAS-D) e consultar informações. O próprio sistema realiza o cálculo com base nas informações declaradas.
– Perguntas Frequentes do Simples Nacional (Receita Federal): Um vasto repositório de dúvidas comuns respondidas oficialmente. Você pode encontrá-lo buscando por “FAQ Simples Nacional Receita Federal” no site da Receita.
– Consulta CNAE: Essencial para identificar o código da sua atividade econômica (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e, consequentemente, o Anexo correto.
– Calculadoras online do Simples Nacional: Existem diversas calculadoras disponíveis na internet. Use com cautela e prefira as oferecidas por fontes confiáveis. Idealmente, utilize a do portal oficial ou a de seu contador.
Como pagar o Simples Nacional?
O pagamento do Simples Nacional é feito por meio de uma guia única chamada DAS.
Assim, basta acessar Portal do Simples Nacional (site da Receita Federal) e acesse o sistema PGDAS-D com o certificado digital ou código de acesso da empresa.
No sistema, informe o valor bruto faturado no mês de apuração. É com base nesse valor que o sistema calcula os tributos.
O sistema calcula automaticamente os tributos com base no anexo e na faixa de receita. Após a conferência, basta gerar o DAS. E a guia pode ser paga em qualquer banco, internet banking ou aplicativo. O vencimento é sempre até o dia 20 do mês seguinte ao da apuração.
Por que é importante contar com uma contabilidade nesse processo?
Fazer o cálculo do Simples Nacional exige atenção a detalhes técnicos, atualizações frequentes nas tabelas e cumprimento de obrigações acessórias.
E contar com uma contabilidade é uma forma de proteger o seu negócio contra erros e garantir eficiência fiscal. Assim, ela garante que você:
- Evite erros no cálculo do DAS;
- Garanta o enquadramento correto da atividade;
- Cumpra todas as obrigações acessórias;
- Reduza a carga tributária legalmente;
- Previna autuações e penalidades;
- Tenha apoio técnico para decisões estratégicas;
- Automatize processos fiscais com segurança;
- Mantenha seu negócio em dia com o Fisco;
- Foque no crescimento enquanto a contabilidade cuida do resto.
Como a Agilize pode te ajudar no cálculo do Simples Nacional?
Compreender o cálculo do Simples Nacional é essencial para qualquer micro ou pequeno empreendedor que deseja crescer com segurança e manter a empresa em dia com o Fisco.
Saber identificar o anexo correto, aplicar a alíquota efetiva e pagar o DAS no prazo pode fazer toda a diferença na saúde financeira do negócio e evitar custos desnecessários.
Se a sua empresa está no Simples Nacional, ou pretende migrar para esse regime, o melhor caminho é ter ao lado quem transforma complexidade em praticidade, e burocracia em resultado.
Cuidar do cálculo do Simples Nacional todos os meses, acompanhar o faturamento, entender as regras dos anexos, atualizar alíquotas, emitir guias no prazo… tudo isso toma tempo. E, pior ainda: qualquer erro pode custar caro.
É por isso que contar com a equipe da Agilize faz tanta diferença!
Com um time de especialistas, não é você quem precisa correr atrás das obrigações fiscais. Nosso time acompanha de perto a movimentação da sua empresa, realiza os cálculos com precisão, emite as guias e garante que tudo esteja em dia com a Receita. Sem estresse, sem riscos, sem complicação.
Cuidar da saúde financeira da sua empresa começa por entender onde você está colocando seu tempo e sua energia. Se a rotina fiscal tem te sobrecarregado, deixe as burocracias com a Agilize!
