Capital semente: o adubo para o seu negócio florescer

No Brasil, existem diferentes modalidades de investimentos em empresas nascentes, muitos dos quais são venture capital, ou seja, capital de risco, porque não há garantias de que esse dinheiro irá retornar para o investidor.
Investidores de risco podem entrar em diversas etapas de desenvolvimento de um negócio: quando este é apenas uma ideia; quando já está iniciando as operações ou, ainda, quando está em fase de crescimento e expansão.
Um exemplo é o investimento anjo, que abordamos no artigo anterior, e o capital semente, ou seed money, sobre o qual vamos falar agora.
Se interessou?  Então continue com a gente para aprender mais sobre:

O que é capital semente?

O capital semente é a primeira camada de investimento acima do investidor anjo. Lembrando que investidores anjo geralmente são pessoas físicas que aportam o próprio capital (entre $ 50 mil e R$ 500 mil) em empresas nascentes, tirando-as do papel. Ou seja, empresas que estão no estágio de Capital Empreendedor Pré-Semente.
Já os investidores de capital semente são pessoas jurídicas, que muita vezes estão associadas a entidades do governo, como a Finep e o BNDES, e desembolsam um valor maior, em média entre  R$ 500 mil e R$ 5 milhões, para apoiar empresas inovadoras que já estejam funcionando de alguma forma. Ou seja, empresas que já possuem clientes, produtos e serviços definidos, mas ainda precisam de investimento para se firmarem no mercado. O investidor do capital semente configura-se como um sócio investidor, enquanto o investidor anjo não é sócio, conforme assegura a Lei Complementar 155/2016.
Para reduzir o seu risco e diversificar a carteira, normalmente os investidores de capital semente montam fundos de captação de verba de vários investidores, e assim conseguem investir em mais empresas e ampliar suas chances de retorno desse capital.
Além de aportar capital, o investidor de capital semente também participa ativamente da gestão da empresa, na estruturação do negócio, oferecendo suporte estratégico e gerencial ao empreendedor, colaborando com o processo seletivo e formação da equipe, com a implementação de boas práticas de gestão, definição de metas e acompanhamento dos resultados.

Fundos públicos de capital semente existentes no Brasil

No Brasil, o governo federal incentiva a inovação através de fundos de capital semente que acabam se tornando uma luz no fim do túnel para os micro e pequenos empresários que buscam aporte financeiro para os seus empreendimentos. Alguns exemplos desses fundos são os Programas Criatec, o Start-Up Brasil e a Finep, sobre os quais falaremos adiante.

Criatec

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Em 2006, o governo federal, através do BNDES (Bando Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) criou o Programa Criatec, com o objetivo de apoiar as empresas nascentes voltadas para a área de inovação. O primeiro fundo do Programa foi o Criatec 1, que começou a operar em novembro de 2007, contemplando um Patrimônio Comprometido total de R$ 100 milhões,  sob a gestão de um consórcio formado pela Antera Gestão de Recursos e Inseed Investimentos, selecionadas através de edital. O Criatec 1 encerrou o período de investimentos em novembro de 2011 e apoiou 11 empresas brasileiras.
Em dezembro de 2013, foi lançado o fundo Criatec 2, com gestão feita pela Bozano Investimentos. Com um patrimônio Comprometido de R$ 186 milhões, o fundo busca investir em empresas que atuem em uma das seguintes áreas: Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC); Agronegócios; Nanotecnologia; Biotecnologia, Novos Materiais, Saúde, Logística, Energia, Defesa e Segurança e Educação. O valor máximo por empresa investida não pode exceder R$ 6 milhões.
Com duração prevista de 10 anos, o fundo investe em empresas inovadoras e que tenham faturamento líquido anual de até R$ 10 milhões. Se você deseja concorrer a um financiamento desse fundo,  acesse o portal do Criatec 2 para obter mais informações e preencher o formulário de submissão do seu projeto.
Atualmente, também está em operação o fundo Criatec 3, lançado em fevereiro de 2016 e  gerido pela Inseed Investimentos. Com capital de R$ 230 milhões, é considerado o maior fundo de apoio ao empreendedorismo e inovação para empresas que estão surgindo, as chamadas early stage. Em abril desse ano, o Criatec 3 iniciou o aporte de recursos e a primeira empresa contemplada foi uma startup gaúcha, a  Chip Inside, com atuação no segmento de pecuária de precisão.
O fundo é destinado a micro e pequenas empresas brasileiras que sejam inovadoras, tenham uma faturamento líquido anual de, no máximo, R$ 12 milhões e que atuem prioritariamente em uma das seguintes áreas: tecnologias da informação e da comunicação, biotecnologia, agronegócio, novos materiais e nanotecnologia. Os valores aportados por empresa variam de R$ 1,5 a R$ 10 milhões, dependendo da avaliação que o Fundo fizer de cada negócio.
Assim como o Criatec 2, o Criatec 3 também tem duração de 10 anos e se você estiver interessado em receber esse investimento, pode candidatar a sua empresa até 2020. Além do capital, a Inseed também aporta governança, gestão e estratégia no negócio apoiado.

Start-Up Brasil

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Gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o  Start-Up Brasil (Programa de Aceleração de Empresas de Software e Serviços de Tecnologias da Informação) foi criado em 2013 e está em seu terceiro ano de funcionamento. O programa já apoiou 183 startups e 17 aceleradoras e atualmente está com inscrições abertas para startups nacionais até 25 de setembro de 2017.
O Programa funciona por edições, que têm duração de um ano. Em cada edição são lançados até três editais distintos: um é voltado para aceleradoras e os outros dois são semestrais e visam a seleção de projetos de startups, tanto nacionais como internacionais (que podem corresponder a somente 25% dos projetos aprovados).
O edital voltado para as aceleradoras se justifica porque elas são as parceiras do programa e as responsáveis pelo processo de desenvolvimento das startups selecionadas. Em 2017 não haverá edital de aceleradoras, pois elas serão as mesmas que foram habilitadas na fase anterior do Programa.
As startups selecionadas podem dispor de até R$ 200 mil por ano, a serem repassados na forma de bolsas de pesquisa e desenvolvimento para a equipe. Esse valor é concedido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Além disso, as empresas selecionadas participam de eventos e atividades promovidas pelo programa, recebem investimentos financeiros das aceleradoras e têm acesso à infraestrutura, mentorias e capacitações em troca de um percentual de participação acionária. Lembramos que, diferente do investidor anjo, o investidor de capital semente se configura como um sócio investidor da empresa.
Cada startup deve informar com qual ou quais aceleradoras (em ordem de preferência) gostaria de se associar. Essa escolha é feita a partir da lista disponibilizada no site do programa, onde constam também informações resumidas sobre o foco de atuação de cada aceleradora, a localização de cada uma e as condições  básicas de investimento financeiro e participação acionária da startup pretendida como contrapartida. Mas cabe à aceleradora aceitar, ou não, se associar à startup. Caso ela se recuse ou não tenha mais vagas, o projeto da startup será oferecido para a aceleradora indicada como segunda opção e assim sucessivamente até que uma aceleradora se interesse pelo projeto.
É importante saber que a empresa só poderá participar do Programa Start-Up Brasil se estiver associada a uma das aceleradoras listadas.

Finep

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A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) é uma agência de inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia e concede financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis a instituições de pesquisa e empresas brasileiras.
A instituição oferece apoio a empresas de micro e pequeno porte (micro:receita operacional bruta inferior ou igual a R$ 360 mil. Pequeno porte: receita operacional brita superior a R$ 3,6 milhões e inferior a 16 milhões) até grandes empresas, que tenham uma receita operacional bruta superior a R$ 300 milhões.
Através do Projeto Inova, a Finep apoia empresas de base tecnológica, por meio de  duas modalidades: investimento direto e investimento indireto.
O Programa de Investimento Direto promove operações de aquisição de participação societária, visando a capitalização e o desenvolvimento das empresas inovadoras. Para participar do Programa é importante que a empresa possua, dentre outras características, uma receita operacional bruta igual ou superior a R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais) no exercício imediatamente anterior ao pedido de investimento.
Já o Programa de Investimento Indireto  objetiva capitalizar fundos de participações, como fundos de Capital Semente. Anualmente são realizadas Chamadas Públicas para a seleção de fundos para receberem aportes financeiros da Finep. Uma vez selecionados, são os gestores desse fundos que realizarão as operações de investimento nas empresas.
Além do Projeto Inovar, a Finep realiza também o Programa Finep Startup, que tem como um de seus objetivos promover o crescimento do mercado de capital semente no Brasil, compartilhando com os investidores privados os riscos associados ao investimento em empresas nascentes de base tecnológica. Segundo informações que constam na página da instituição, o foco do Programa é cobrir a lacuna de apoio e financiamento existente entre o aporte feito por programas de aceleração, investidores anjo e ferramentas de financiamento coletivo (crowdfunding) e o aporte feito por Fundos de Seed Money  (capital semente) e Venture Capital (capital de risco).
Acesse o portal da Finep para obter mais informações sobre os programas de apoio oferecidos pela instituição.

As principais etapas de um fundo de capital semente

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  1. Investimento: quando a empresa beneficiada recebe o aporte financeiro do fundo. Essa etapa dura normalmente de 4 a 12 meses.
  2. Aceleração: nessa etapa, a empresa recebe serviços de apoio e benefícios para crescer e se tornar lucrativa mais rapidamente. Existem empresas que se dedicam exclusivamente a isso, são as chamadas aceleradoras, como já mencionamos anteriormente. Elas apoiam e investem no desenvolvimento de startups até que estas se tornarem rentáveis.
  3. Desinvestimento: o fundo ou a aceleradora torna-se sócio da startup até chegar o momento do desinvestimento, fase na qual a empresa já está dando lucros e a participação da aceleradora é vendida para investidores ou empresas.

Não sabe como se submeter a editais de fundos?

Se você tem uma pequena empresa de base tecnológica, precisa de capital semente ou de outro investimento para crescer e nunca se submeteu a nenhum edital público de fundos, vale a pena se informar melhor nos portais que listamos no decorrer desse artigo, ler os editais anteriores, analisar os perfis das empresa que já foram beneficiadas por essas chamadas públicas, pesquisar o que elas fazem de inovador e,  inclusive, vale a pena entrar em contato com elas para compartilhar experiência e pedir algumas orientações. Não tenha vergonha de pedir ajuda e de falar com empresários mais experientes e que já trilharam o caminho que você está buscando. Afinal, para o seu negócio crescer e florescer, é preciso de adubo!
E não se esqueça, é sempre importante contar com o apoio de um contato para deixar tudo em ordem com as finanças da sua empresa.
E a Agilize está à disposição para te ajudar. Conte conosco para deixar a sua empresa 100% regular!
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